Agências do mercado brasileiro de comunicação corporativa receberam e-mail na sexta-feira, 06/01/2023, com um pedido de propostas de preço da área de compras da Caixa, visando o que viria a ser uma nova licitação de agências.
O procedimento é normal para a preparação de concorrências públicas. O que surpreendeu o mercado, no entanto, é que um dos documentos, que discrimina o formato do contrato, foi com o nome “Termo de Referencia_FSB_Vfinal.docx”.
Como noticiado pela Janela (veja link no rodapé), a agência FSB assinou contrato com a Caixa em 11/03/2021, válido por 12 meses contados a partir de 02/04/2021, no valor global de R$ 14.292.982,70.
O e-mail, assinado por funcionários da CN Compras de Marketing, além disso, deixava claro que a solicitação teria como finalidade “instruir processo licitatório para a contratação de empresa para a prestação de serviços de Comunicação Corporativa/Institucional“.
Resultado: até internamente na FSB, segundo fontes da Janela, a história assustou, já que — com direito legal a cinco renovações — a expectativa da agência seria estar assinando nas próximas semanas mais uma delas. Não enfrentar um novo processo licitatório.
Faltou transparência?
Em conversa com lideranças do setor, houve quem opinasse que a estratégia de citar uma possível licitação seria para não desestimular as demais agências a fornecerem seus dados. Afinal, a preparação correta de uma planilha de preços de mais de 150 linhas, como a pedida pela área de compras da Caixa, demanda tempo e dinheiro.
Se foi o que aconteceu, acaba deixando uma sensação de falta de transparência daquele setor da Caixa: por que acenar com a possibilidade de outra agência conquistar uma conta que já tem dono?
A Janela entrou em contato com a área de imprensa da estatal para entender, primeiro, se teria sido, afinal, a própria FSB que preparou o documento disparado para as suas concorrentes ou se o nome da agência está lá porque serviu de base para o contrato atual e esqueceram de renomear. E se está ou não sendo preparada uma nova licitação, como disseram.
Afinal, não era nada disso.
A partir dos nossos questionamentos, no final da tarde, a Central de Compras enviou nova mensagem às agências inicialmente procuradas, cancelando a solicitação original.
Em retorno à Janela, a assessoria da Caixa esclareceu que, realmente, não haverá nova concorrência para a área corporativa. E enviou uma resposta oficial:
A CAIXA esclarece que o serviço de comunicação é atualmente prestado ao banco pela empresa FSB, vencedora da licitação realizada em 2020, na modalidade preço e técnica. A CAIXA informa que promove, anualmente, ampla pesquisa de preço para firmar posicionamento quanto à vantajosidade de eventual renovação contratual, conforme previsto na Lei 13.303/2016 e normas internas.
Nesse contexto, foi enviada ao mercado mensagem de consulta de preço contendo documentação apta à delimitação dos parâmetros de precificação, inclusive minuta de Termo de Referência, sendo ela aquela utilizada no último procedimento licitatório. Tal documento, produzido pela CAIXA, foi nomeado internamente de forma apenas a identificá-lo como o Termo de Referência (TR) da licitação de 2020, vencida, como já dito, pela empresa FSB. Após identificar interpretação equivocada relacionada ao nome do arquivo da minuta do TR, a CAIXA retificou mensagem de consulta de preço, renomeando-o. |
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